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Professores do estado continuam em greve

Os professores da rede estadual de ensino decidiram, em assembléia realizada na terça-feira do dia cinco de julho, manter a paralisação que já duravam 56 dias. Os representantes da categoria recusaram a proposta oferecida por Jaques Wagner de conceder aumento de 22% a 26% até abril do ano que vem, através de promoções nas carreiras dos docentes.

Por Juliana Figueiredo

Apesar da proposta feita pelo governo, a direção do Sindicato dos Professores (APLB) informou na noite de segunda-feira do dia (4) que a greve será mantida. “O comando rejeitou a proposta apresentada pelo governador. Ela não serve para a categoria”, disse o coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira.  O dinheiro que seria usado no reajuste acordado ano passado é o dinheiro que vai ser aplicado para fazer o avanço de carreira. São adicionados juros sobre juros acumulados: 7% em cima de 6,5%, resultando em mais de 13,5%, e depois mais 7% sobre os 13,5%, que vai dar os 22%.

No caso do índice de 26% que alguns professores poderiam atingir, se explica porque parte da categoria - professores de nível médio - recebeu um reajuste de 4,65% a mais para atingir o piso nacional do Ministério da Educação (MEC). A proposta apresentada pelo governo prevê aumento de 4%, em outubro de 2012, e 3% em abril de 2013, na forma de progressão na carreira. Para isto, os professores que estão na categoria “A” passarão para uma nova, a “A1”, em progressão que representa um aumento entre 22% e 26% até 2013, incluindo os 6,5% e 11,5% já anteriormente concedidos à categoria.

Há ainda a obrigatoriedade de se fazer um curso à distância para merecer o benefício. Os professores discordam da necessidade de revogar a Lei 12.364, a qual assegura o cumprimento do piso salarial e também trata de reajustes reais nos salários dos trabalhadores. O governador ressaltou, porém, que nem todos os docentes terão esses aumentos garantidos: a promoção depende de qualificações previstas pela Secretaria de Educação (SEC). O plano apresentado é, na realidade, uma reformulação do que já tinha sido proposta antes da paralisação.

Um dia antes da deflagração da greve, em 11 de abril, governo e sindicato estavam reunidos. Proposta semelhante foi apresentada e negada. “Ele tinha colocado essa proposta para não ter greve, mas o pessoal não aceitou”, lembra o secretário de Comunicação, Robinson Almeida.

O sindicato não abriria mão do aumento de 22%, que seria equivalente ao reajuste profissional nacional, conforme acordo firmado com o governo em dezembro do ano passado. A professora Neila Santana que também aderiu a greve afirma “se nossa classe não lutar pelos nossos direitos jamais seremos ouvidos e atendidos, infelizmente os alunos são os mais prejudicados com a falta de aula”, conclui.

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