Seca prejudica produção de leite de cabra
“A
seca arruinou minha criação, tirava 30 litros de leite por dia, hoje só estou
tirando oito litros”, foi com este desabafo que o produtor de leite de cabras
João Damasceno Costa, 54 anos, definiu a atual situação dos pequenos criadores
de caprinos da região de Olhos D’água das Moças, distrito de Matinha em Feira
de Santana.
FONTE: FARMPOINT |
Segundo
João, para produzir leite, o caprino apesar de ser um animal muito rústico e
bem adaptado à região, tem que ser bem alimentado em bom pasto e suplementado
no cocho com ração. “Com a seca o pasto desapareceu
e sem produzir não se tem dinheiro para comprar ração, aí é prejuízo na certa”,
afirma o produtor.
A
situação de seu João não é um caso isolado, todos os produtores visitados estão
em situação parecida. A criadora Maria das Graças Santos, 68 anos, tinha 26
animais e agora só consegue alimentar sete, os outros foram vendidos para não
morrer de fome. Para ela, o leite das três cabras restantes completa a
alimentação dos três netos e “não sobra nada pra vender”, lamenta.
Já
para o pecuarista Paulo Américo Oliveira, 47 anos, a situação não é tão
devastadora. Ele está mantendo seu rebanho de 54 caprinos, entre corte e leite,
com palma e silagem de milho. “Fui precavido, coloquei o milho que produzi no
inverno passado em sacos plásticos e enterrei, formei um bom silo, que, junto
com a palma, tá dando para alimentar meus cabritos”, comemora.
O
distrito de Matinha é formado por proprietários de pequenos sítios que sobrevivem
da agricultura familiar e a criação de caprinos. Por ser um animal de pequeno
porte possibilita um maior número de cabeças por hectare, por isso, a atividade
se torna uma das mais rentáveis. Além de produzir leite, o caprino produz carne
e couro. Um cabrito de quatro meses, bem alimentado, já está em ponto de abate, rendendo em torno
de R$ 120,00.
Por Valdenir Lima.