Série - Marketing Político
Marketing
Político II
Origem
Desde
quando surgiu no seu formato moderno na campanha do General Eisenhower, nos
Estados Unidos, em 1952, até hoje, podemos observar a generalização do uso e a
sofisticação crescente da atividade, que se transformou no mais eficiente
instrumento eleitoral das democracias contemporâneas e na mais bem sucedida
forma de difundir idéias.
No
Brasil, se confunde o marketing político com a propaganda eleitoral. Na
verdade, a propaganda eleitoral gratuita é a última fase de um trabalho muito
mais amplo e complexo. O marketing político não é só propaganda e defini-lo é
complicado, mas podemos afirmar que é um conjunto de procedimentos e técnicas,
utilizando pesquisas qualitativas e quantitativas, para avaliar os rumores,
variações do eleitorado e a partir daí, encontrar o melhor caminho.
Eleição
após eleição, muitas novidades surgiram. No início os grandes avanços foram à
promoção de apenas uma proposta por aparição ("Unique Selling
Proposition" - USP) e a propaganda negativa (ataque a outros candidatos).
Depois, vieram os debates e com a segmentação do eleitorado, vimos as peças
publicitárias dirigidas a minorias.
O
político está virando um produto do marketing, ou “que os marketeiros estão
despolitizando a eleição”. Bem, um político virar um produto, não é o caso, mas
torná-lo uma marca, isso vem sendo feito.
Não
podemos afirmar que um político é igual a um sabonete, mas as técnicas de
marketing utilizadas podem ser semelhantes. Um sabonete, para o consumidor, não
significa apenas uma barra de saponáceo para higiene corporal, assim como um
candidato tampouco significa para o eleitor apenas uma pessoa isolada. A
técnica sempre estará a serviço das vantagens, dos projetos, do seu conteúdo,
criando assim uma embalagem que deve sempre falar o que realmente o produto tem
de melhor. (Quando as têm, as contra-indicações normalmente são ditas pelo
opositor). É claro que quando se adquire um produto que não corresponde ao
anunciado, todos têm o direito de devolvê-lo, como foi o impeachment do Collor,
ou mesmo não votando mais no político enganador.
Elevar
do marketing ao topo da pirâmide de poder político é um equívoco, no entanto,
se bem utilizado tende a ser confundido com seus próprios objetos, tal é a
relação íntima que se estabelece entre estratégia de marketing e propósitos do
cliente.
O
trabalho é criar uma boa embalagem para um bom produto, afinal, você já viu
anúncio de classificados de venda de carro em que diz “vendo Chevete 79 todo
enferrujado, sem documento e com os faróis quebrados”? Ora, sejamos realistas.
Todos nós temos defeitos e virtudes, e na vida real não existem mocinhos e
bandidos, todos nós temos nossos momentos de vilão e de herói, isso é normal. O
grande segredo no marketing atual é justamente isso, não esconder a verdade, é
mostrar para todos que aquele político é um ser humano, com entusiasmos e
virtudes, mas principalmente não esconde seus defeitos e os enfrenta com
coragem.
"Um príncipe sábio deve
observar modos similares
e nunca, em tempo de paz, ficar
ocioso”
Nicolau Maquiavel em 1513
Xiko
Melo